31 de julho de 2006

Repressão Feminina

É incrível como as mulheres se auto-reprimem. Fico imaginando a cena: Quatro amigas conversando sobre sexo. A mais picante declaração até então tinha sido algo sobre sexo na chuva ou leite condensado e, de repente, Silvinha me solta a frase a bomba:
- Eu adoro dar o cú.
Após segundos de um silencio sepulcral o assunto é mudado imediatamente:
- Nossa, comprei um vestido lindo para o casamento da Gisele.
Algumas (muitas?) horas de conversa se passam até que a pobre Silvinha precisa sair e se despede. Começa imediatamente os comentários repressores:
- Silvinha é muito puta!
- Acho sexo anal nojento!
- Já me disseram que dói muito...
- etc.etc.etc.
O mais interessante é que mesmo as que estão muito longe de serem “tradicionais” na cama criticam as pouquíssimas que abandonam a hipocrisia e tem coragem de falar abertamente sobre suas preferências mais picantes.
As mulheres se obrigam mentir, se obrigam a serem hipócritas até nos seus meios sociais mais íntimos como amigas e mães.
Falando em mães...
A repressão feminina já começa em casa.
Eu, por exemplo, consegui perceber meus pais transando com 25 anos! Imagine as acrobacias que eles faziam para ficar tudo na moita? Não serem notados? Absurdo e facilmente compreensível: As mães se obrigam a parecerem castas e puras para seus filhos.
É possível imaginar uma improvável conversa entre uma mulher e sua mãe do tipo:
- Mãe, eu estou saindo com um cara muito legal e ele quer fazer uma surubinha. Estou muito curiosa mas tenho medo do que ele vai achar de mim depois disso.
Ou ainda:
- Mãe, ontem a suruba foi uma delícia. Você deveria experimentar!
Quem lê algo assim pode parecer absurdo, mas, mudando os personagens para pai e filho a história não parece mais tão absurda, ou parece?
A verdade é que os homens não se reprimem e se repreendem tanto sexualmente entre si. Nós nos damos alguma liberdade a mais, nos damos muito mais possibilidades. Não todas, pois claro que um homem também não vai contar entre amigos algo como:
- Ontem eu e minha mulher fizemos um swing
Mas até aí fica a dúvida: Será que essa repressão é pelo fato dele ter feito uma suruba ou porque sua mulher é uma puta? Bom... aí a gente nota que o homem também reprime a mulher, mas talvez estejamos apenas seguindo os ensinamentos que nossa primeira grande mulher nos ensinou. Quem é essa? Nossa mamãe.
Em algum momento esse circulo de repressão terá que ser rompido. Quem sabe hoje à noite, uma conversa com a mamãe não seria o pontapé inicial? Coragem, alguém se habilita? (risos).

28 de julho de 2006

A Covardia da Traição

A traição machuca mais a minha auto-estima que meu coração, porque em algum momento da vida, a mulher reprimida socialmente acaba se realizando sendo uma puta. Então, aos cornos resta entender como algo humano, inevitável e aceitar.
Que fique claro que a traição não torna uma mulher puta. Longe de mim achar isso. A traição faz ela sentir-se um puta, numa fantasia, num fetiche. E atire a primeira pedra a mulher que não tenha a fantasia de ser uma puta. E não estou falando de “ser uma puta na cama” isso é clichê barato. Isso é ser boa de cama. É gostar de fuder. É obrigação da mulher moderna. O que estou dizendo é se sentir uma puta mesmo, e, portanto, melhor de cama que suas amiguinhas “santinhas”.
Já vi caras fazendo de tudo: flores, bombons, ligar para o trabalho para desejar um bom dia, abrir a porta do carro, puxar a cadeira do restaurante, pagar a conta e pedir a suíte mais cara do motel. Coisa que ele não faz para a namorada (noiva, esposa) dele desde o fim do primeiro mês de namoro.
Claro que o coitado do corno também já deixou de fazer isso tem tempo. Ele escuta os problemas de trabalho, os desejos e anseios, as frustrações. Se você é casado, a coisa se complica pois, aí, somam-se sogra, filhos, contas...
O sexo em casa não é mais selvagem, intenso e escandaloso? Aí, meu irmão, a culpa é mais uma vez sua. Você pode até argumentar: “Ah, mas é ela que tem medo dos filhos escutarem os gemidos, as palavras vulgares e os tapinhas na bunda!”. Não adianta, não há desculpa. Se você tem essa tara selvagem pela sua esposa deveria ter instalado um isolamento acústico nas paredes do quarto... Ou leva-la para o motel pelo menos uma vez por semana, porque não se engane, o conquistador não leva a namorada dele, mas vai levar a sua com o maior prazer.
Você já pensou como é complicado reproduzir a emoção do primeiro beijo e da primeira vez que você tirou a roupa da sua amada? Depois de tantas e tantas noites, é possível reproduzir aquele tremor, aquele suor da primeira vez? Pois o conquistador vai ter isso o tempo todo, pois sua namorada vai ficar assim desde o primeiro olhar. Tudo vai ser emocionante e perigoso e “errado” para ela. Mas não se iluda, pois o “errado” ela justifica fácil com a sua falta de criatividade. “Ah, ele não me deseja mais” ou “Meu relacionamento já caiu na rotina” ou ainda “A rotina está me empurrando para os braços de outro homem”. Você não tem chance.
O conquistador está sempre com tesão. Sua mulher é novidade para ele. Para você não tem mais novidade, a motivação de levar sua mulher para cama é infinitamente inferior. A motivação para fazer ela ter orgasmos múltiplos é zero. Até porque o que é orgasmo múltiplo? Essa porra é utopia...
E ainda sobre motivação, o conquistador sente enorme prazer em comer a mulher dos outros. Olha que injeção na auto-estima. Olha como ele é superior. Mais gostoso. Ele faz ter sua mulher ter orgasmos múltiplos!
No final, junta-se: um adversário motivado, a rotina inevitável, os problemas de um verdadeiro relacionamento de companheirismo e envolvimento, a divisão de atenções com filhos e família e você tem o exato grau de covardia que é a traição.
Obs.: Orgasmo múltiplo existe ou é uma invenção de uma esperta mulher para fazer a gente se sentir uma merda na cama? Por favor comentem sobre o assunto! E sobre o texto também, claro...

26 de julho de 2006

As Predadoras

Porque na vida de tantas mulheres que amamos existe aquele “ex” que nunca vai lhe amar, nunca vai dar um décimo do que podemos lhe dar e que, mesmo assim, às tem quando lhe dá vontade? Aquele filho-d´uma-puta que come quando quer?
Já esbarrei com tantos casos assim...
A resposta? Mulheres são predadoras.
Sim, as mulheres são predadoras e seu desejo em especial só é saciado pela presa mais feroz, mais veloz. A presa impossível de ser alcançada.
Nós apaixonados somos apenas ração. Insípida e disponível. Somos a ração que elas têm quando querem. Somos a segurança que sacia a fome mas nunca o desejo. O sabor elas só encontram em suas presas impossíveis. Nós, quando não somos ração (ainda), alimentamos nossa felicidade com sabores que temos, ou a parte que nos é oferecida. Alguns agradam, outros agradam definitivamente. Permitimos-nos saborear o que nos é oferecido e o sabor independe da dificuldade.
Nós, ao contrário das mulheres, saboreamos as mulheres facilmente atraídas.
Uma curiosidade é que nós, homens outrora apaixonados, envolvidos, ração comum, fácil e insípida, também podemos ser a presa veloz, inacessível e portanto saborosa para outra predadora.
Isso mesmo! Pode parecer loucura que a sua ração (o homem que te ama, sem graça, sem sabor) para outra predadora seja o alvo de um profundo desejo impossível, pois ele é exatamente aquele que ela não pode ter (curiosamente por ele ser a sua ração) e que sacia seu desejo.
Para nós os dois momentos (ração e presa) podem ser prazerosos, e isso é o lado bom. Já para a predadora, nenhum é. Por quê? É tão claro: A ração é insípida. Dá segurança e sacia a fome, mas jamais o desejo. E sua presa, aquela que ela nunca vai ter e que por um prazer masoquista é a única capaz de saciar sua fome e desejo, nunca vai preencher a necessidade de ser amada, pois a presa nunca será domada. Essa relação vai ser sempre de sofrimento, será sempre uma caçada descalça sobre piso de cascalhos que castiga os pés. Será sempre uma caçada em uma vegetação rústica que lhe corta a carne.
Afinal, o que nós homens gostaríamos de ser? A presa cobiçada ou ração insípida?
O homem acha que quer ser a presa cobiçada, que quer encarnar o “ex” que come quando quer. Apenas acha, pois a verdade é que sonhamos em ser uma ração saborosa, que depois de devorada, tenha saciado o desejo e causado um desconhecido sorriso de completa satisfação. As predadoras juram que para isso basta um tempero diário, renovar-se. Eu, particularmente, não acredito, pois, afinal, o instinto fala mais alto. Predadores são predadores.