27 de setembro de 2006

Expressando Emoções

É impressionante a diferença entre homens e mulheres quando se trata de falar sobre sentimentos. As mulheres pensam que não gostamos de falar sobre a relação, mas a verdade é que temos dificuldade de falar sobre nossos sentimentos e fraquezas. O homem é criado para não ter problemas emocionais. Isso é frescura. Depressão? Frescura!
Ao homem, no máximo, se permite estar estressado. Isso parece simples. Você enterra seus problemas e medos interiores até que seja absorvido, como se fosse biodegradável. Muito simples, caso resolvido. Mas existem as mulheres. Mulheres que nos amam e, que sensíveis ao fato de estarmos sofrendo vão procurar nos curar de todo o mal. Com todo o amor, elas vão querer saber o que se passa com você, o “porque” de seu “estresse” e tentar desenterrar tudo. Mas você enterrou fundo, e não sabe onde. E ela não vai acreditar. Vai achar que você não quer desenterrar porque não confia nela, não à ama.
Somos seres tão diferentes que ambos não conseguem entender a diferença. O homem não fala de sentimentos em com seu melhor amigo. A mulher, fala até com o padeiro...
Já repararam a quantidade de vezes que a sua mulher chegou em casa e desatou a contar seus problemas do trabalho? Já reparou que mesmo quando ela divide a sua atenção com Atlético X Náutico pela série B do Brasileirão, ao final do desabafo ela deita no seu colo e relaxa como se os problemas não existissem mais? Incrível como as mulheres podem ser tão mais complexas e, às vezes, tão mais simples.
Já nem sei se o melhor é entender as diferenças ou aprender com o jeito da mulher de lidar abertamente com sentimentos.
Na verdade, tive uma experiência traumática quando abri minhas fraquezas para uma mulher. Seu olhar de decepção não pode ser escondido. Eu entendi, pois a mulher também é criada para achar que homens com fraquezas não são bons companheiros. Criadas para achar que homem com problema emocional é fresco.
Continuo a busca pelo equilíbrio. Usando a fórmula de tentar resolver meus demônios sozinho. Errado ou não, é a única maneira que sei e confio. Quem sabe, um dia, aprendo mais essa com as mulheres. Porque não? Afinal, já aprendi tanto...

6 de setembro de 2006

Tempos de Indiferença

A cada dia a indiferença ou a tentativa de fingir indiferença, se torna parte dos relacionamentos. Tanto faz se é um relacionamento passageiro ou algo que se pretende mais duradouro. A verdade é que os “lados” têm, cada vez mais, aparentando indiferença. Algo como: "Se me quiser ótimo, se não quiser a fila anda". Isto está cada vez mais comum, mais natural. Claro que isso é verdade, a fila existe, mas não precisa ficar estampado na testa, te lembrando, te ameaçando. É o terrorismo da concorrência.
A coisa anda tomando tamanha proporção que me sinto vivendo na “era da falsa indiferença” ou na “era da vergonha do amor”. Amar e demonstrar amor agora é brega, é burrice. Você demonstra amor e o outro se aproveita dessa sua “fraqueza”, então você finge indiferença, afinal existe a fila...
O mais engraçado de tudo isso é que fingir indiferença parece um escudo legal, mas atrai justamente pessoas que são realmente indiferentes. Quem está à procura de algo mais profundo e intenso se afasta, com medo pois está se envolvendo e o que consegue ver sob o escudo criado é o desinteresse.
Cada vez estamos criando relacionamentos mais vazios, baseados no terrorismo da fila.
“A fila anda” é a síntese do culto à falsa indiferença. A fila anda sim, mas com ela anda a intimidade, a profundidade. Com a fila, anda o respeito, a admiração. Com a “fila”, vão-se as histórias, os momentos. Ao invés de um álbum cheio de recordações, várias fotos espalhadas sem formar um conjunto sequer. Na verdade, fotos digitais que são deletadas do PC ou removidas do Orkut ou Fotolog.
Enfim a fila anda sim mas esmaga a chance de amar.